terça-feira, 8 de junho de 2010

O último romance e uma interpretação a ela... à ela.


O Último Romance
(Rodrigo amarante)
Eu encontrei-a quando não quis mais procurar o meu amor.
E o quanto levou... foi prá eu merecer. Antes um mês, eu já nem sei...
E até quem me ver lendo o jornal na fila do pão, sabe que eu te encontrei.
E ninguém dirá, que é tarde demais, que é tão diferente assim. Do nosso amor, a gente é quem sabe, pequena...

Ah, vai... e me diz o que é o sufoco, que eu te te mostro alguém afim de te acompanhar..
E se o caso for de ir à praia eu levo essa casa numa sacola...

Eu encontrei-a e quis duvidar: Tanto clichê... "-Deve não ser."
Você me falou prá eu não me preocupar, ter fé e ver coragem no amor.
E só de te ver eu penso em trocar a minha tv num jeito de te levar à qualquer lugar que vc queira e ir aonde o vento for. Que prá nós dois sair de casa já é se aventurar...

Ah... vai e me diz o que é o sossego que eu te mostro alguém afim de te acompanhar.
E se o tempo for te levar, eu sigo essa onda e pego carona prá te acompanhar...



Chega a ser impressionante como essa letra tem impacto.
Inicialmente parece-nos a história de um velhinho que encontra o seu último amor. Mas vamos pegá-la, com essa idéia, e destrinchá-la verso a verso.

(Eu encontrei-a..)-- Estava ele só, pelo jeito já de costume, só. Já adequado a estar assim. E de certa forma vivendo com a solidão como companheira.. Quando de repente o amor o pega.
(e o quanto levou)-- E pensando exatamente nesse fato de de repente ser pego pelo amor novamente e imaginado o tempo o qual ficou só, ele pensa que se antes, se não tivesse passado por tudo o que haveria sido aquele tempo só, talvez não teria dado a suma importância que esse amor deveria.
(e até quem me ver..)-- Sua felicidade é tanta que naquele rosto cansado, mesmo cansado, é perceptível a alegria daquele ser em estar apaixonado. E nem sequer ter vontade de esconder o seu estado..
( e ninguém dirá...)-- Percebe-se aí, o velhinho descartando certas dificuldades, coisas do tipo filhos perguntando: "- Mas pai nessa idade???". E querendo mostrar a ela que a idade é algo irrisório, perto daquele amor. E que só eles dois sabem a intensidade daquela emoção...
(ahh, vai e me diz..)-- Demonstrando toda a sua capacidade de companheirismo o velhinho diz prá ela que qualquer forma de sufoco, ou problema que eles tenham, ele vai estar ali prá ampará-la e sofrer junto. E que caso ela precisar ir à praia prá tentar espairecer ou algo do tipo, caminhar, ele fará o que for preciso prá ela se sentir bem, levando o que for preciso, por isso "levo essa casa numa sacola".
(Eu encontrei-a e quis duvidar..)-- Ele a encontrou numa situação tão parecida com a de outras paixões que em nada deram, que ficou um tanto incrédulo e ficou na dúvida se ali era o amor da vida dele.
(você falou...)-- Sua amada, mas crente naquele momento, daquele amor, o diz que tenha fé (coisa de velho. O famoso: "fulano, tenha fé!!"), e que veja coragem no amor e que prossiga.
(E só de te ver...)--Uma confissão do velho. Que de tão apaixonado por sua velhinha, ele deixaria o ritmo de vida dele, paradão, prá tentar conhecer coisas novas e fazer coisas que nunca havia feito com ninguém. E que naquela condição, já velhos, e por tal estado de espírito, apaixonados, prá eles sairem de casa já era uma grande odisséia...
(ah.. vai e me mostra o que é o sossego..) -- Pede a ela que o mostre o sossego de amar em paz...
(e se o tempo for..)--E que se um dia a vida a tire dele, por mais próximo que esteja, ele vai esperar a morte também com um único desejo: o de encontrá-la novamente e de continuar essa história de amor.


Lindo, não????


Lembrando que essa foi uma interpretação pessoal, ou seja, não sei se o autor queria dizer exatamente isso.

4 comentários:

carla ribeiro disse...

essa canção é linda gosto muito dela,valeu a iniciativa de explica-lá.

Andressa disse...

Perfeita interpretação! :)

Fvp disse...

Sua interpretação ficou muito bacana, contudo o tema não refere-se a um casal de idosos. O tema principal da música consiste na discriminação relacionada a relacionamentos de pessoas novas com mais velhas.

"Sabe que eu te encontrei
E ninguém dirá
QUE É TARDE DEMAIS(a crença que pessoas mais velhas não podem se apaixonar)
QUE É TÃO DIFERENTE ASSIM (discriminação etária existente na sociedade)

Logo no início dá pra saber que uma das pessoas é do sexo femnino.

"Eu ENCONTREI-A quando não quis"
A gente é quem sabe, PEQUENA( ele remete a uma jovem)"

Porém a outra pessoa não fica esclarecida. Pois poderia se tratar de um casal homossexual.
Mas no trecho:
"E até quem me vê/Lendo jornal/Na fila do pão/Sabe que eu te encontrei"
Achamos a resposta, uma vez que culturamente quem possui esse hábito são os homens a partir dos 40 anos (sem generalizar, claro).


O tema secundário, séria o receio de viver essa relação em:
"Ah vai!/Me diz o que é o sufoco/Que eu te mostro alguém/A fim de te acompanhar"
Ele reconhece o receio que ela tem de enfrentar a tal discriminação.



Por isso, ele demonstra disposto a passar pelas barreiras (sufoco) e protegê-la,fazê-la sentir confortável caso eles enfrentem com essa discriminação fora da casa(na praia, no caso), da segurança e privacidade deles:
"E se o caso for de ir à praia
Eu levo essa casa numa sacola"

A terceira ideia consiste na surpresa do próprio eu-lírico
sobre ele ter reencontrado o amor depois de uma certa idade, pois ele supostamente estava descrente disso:
"Eu encontrei-a e quis duvidar/Tanto clichê/Deve não ser"

Ela dá esperança a ele:
"Você me falou/Pra eu não me preocupar/Ter fé e ver coragem no amor"

Na quarta ideia, ele demostra total disposição de viver esse amor no sentido de mudar sua rotina comum a pessoas de mais idade (ver TV) para uma a que os jovens da faixa etária dela levam(de festa, na rua, em bares, cinema).
"Eu penso em trocar/A minha TV num jeito de te levar/A qualquer lugar que você queira/E ir onde o vento for/Que pra nós dois/
/Sair de casa já é se aventurar"

No final, ele termina dizendo que ele de qualquer jeito que estar do lado dela e fará tudo para isso.

"Ah, vai me diz o que é o sossego/Que eu te mostro alguém/A fim de te acompanhar/E se o tempo for te levar/Eu sigo essa hora
Pego carona/Pra te acompanhar"

Anônimo disse...

Na verdade, se refere à idosos sim! E esta música foi escrita baseada em uma história verídica!

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